O que é?
A metatarsalgia é um termo que descreve dor na região plantar do antepé, mais especificamente sob as cabeças dos metatarsos. Quando falamos em metatarsalgia central, estamos nos referindo à dor que acomete o 2º, 3º e 4º raios. É uma patologia mais comum em mulheres (uso de salto alto e alterações hormonais) e a sua incidência aumenta com a idade.
Como aparece?
Existem múltiplas causas para o desenvolvimento de uma metatarsalgia central e deve ser feito um estudo para identificar a sua origem para um correto e eficaz tratamento.
- Causas anatômicos/estruturais
- Deformidades dos pequenos dedos (levam ao encurtamento do aparelho extensor/flexor e desvio da pressão para as cabeças metatársicas).
- Desigualdade no comprimento dos metatarsos.
- Pé cavo (sobrecarga nos metatarsos centrais).
- Pé plano com hipermobilidade do 1º raio (ocorre uma metatarsalgia de transferência)
- Causas funcionais (insuficiência do 1º raio, como no hallux valgus ou sesamoidite; a fraqueza do tendão tibial posterior ou disfunções musculares generalizadas).
- Causas iatrogênicos (após osteotomias mal posicionadas ou ressecções metatarsais ou correção do hallux valgus).
- Outros (calçado inadequado, obesidade, atividade física intensa, ou doenças reumatológicas)
Quais os sintomas?
Os sintomas mais comuns da metatarsalgia central são a dor plantar localizada, geralmente sob o 2º ou 3º metatarso, que geralmente agrava com a marcha prolongada ou o uso de salto alto e a formação de calosidades plantares dolorosas. Em estádios mais avançados pode ocorrer a subluxação ou mesmo luxação da metatarsofalângica ou dedo flutuante.
Como se faz o diagnóstico?
As calosidade de 2ºRocker estão relacionadas com a inclinação dos metatarsos e provoca uma queratose mais difusa sobre o antepé, enquanto que as queratoses de 3ºRocker estão relacionadas com o comprimento dos metatarsos e provoca uma queratose mais localizada sobre o raio afetado. É necessário avaliar a presença de outras patologias concomitantes como pé plano ou cavo, hallux valgus, lesão da placa plantar, dedos em garra, entre outros.


Geralmente o estudo é complementado com exames auxiliares de diagnóstico, como a radiografia dos pés em carga. Neste exame, é realizada a medição de certos ângulos e comprimentos dos metatarsos, que irá orientar o tipo de tratamento mais adequado. Em casos selecionados poderá ser necessário a realização de TAC ou ressonância magnética.
Qual o tratamento?
O tratamento pode variar dependendo da gravidade dos sintomas.
Tratamento conservador
Em muitos casos, o tratamento conservador pode ajudar a aliviar o desconforto. Este tratamento consiste, nas medidas gerais anti-inflamatórias (repouso, elevação, gelo e medicação analgésica), na utilização de uso de calçado confortável e com espaço suficiente para os dedos, no uso de palmilhas ou almofadas retrocapitais para reduzir a pressão, assim como evitar atividades que agravem a condição.
Em determinados casos pode ser recomendada uma infiltração local.
Tratamento Cirúrgico
Em situações mais graves ou que não cedem com o tratamento conservador, o tratamento cirúrgico pode estar indicado. Este consiste numa pequena cirurgia, realizada em contexto de ambulatório, em que é corrigida a causa da metatarsalgia: osteotomia dos metatarsos. Esta osteotomia pode ser com uma técnica cirúrgica aberta para provocar de encurtamento (para tratar alterações da fórmula metatarsal, e com necessidade de material de osteossíntese) ou pode ser para elevação da cabeça do metatarso e é realizada mais frequentemente por técnicas percutâneas (sem necessidade de material de osteossíntese). Pode ser necessário realizar gestos acessórios para corrigir outras anomalias (dedos em garra, reparação de placa plantar, transferências tendinosas).
Como é o pós operatório?
- Pode caminhar com o auxílio de canadianas e com o sapato pós cirúrgico (técnica percutânea) ou sapato de barouk (técnica aberta), após dia 1.
- Primeiro penso pós-operatório na avaliação da 1ª consulta.
- Retira pontos na avaliação da 2ª consulta.
- Inicia retirada de sapato às 4 semanas e colocação de sapato confortável.
- Início da fisioterapia, se necessário, após a retirada do sapato. Para ganho de mobilidade articular e fortalecimento dos músculos intrínsecos do pé e alongamento da cadeia posterior.