O que é e como aparece?

a) Fratura por Avulsão (Pseudojones)
Resulta de uma avulsão (arrancamento) de um fragmento ósseo devido à contração súbita do tendão peroneal curto, frequentemente associada a uma entorse do tornozelo. Geralmente têm excelente prognóstico com o tratamento conservador, com o retorno às atividades normais geralmente dentro de 4 a 8 semanas.
b) Fratura de Jones
Fratura na região metafisária do 5º metatarso, aproximadamente 1,5 a 3 cm da tuberosidade. Está comumente associada a stress repetitivo, como corrida ou desportos de impacto, ou também pode estar associado a uma torção súbita do pé.
É uma fratura de cicatrização lenta devido à pobre vascularização dessa área, e como tal, o risco de não união (falta de consolidação) é alto, podendo desta forma necessitar de intervenção cirúrgica. O tratamento conservador pode requerer imobilização por até 8 a 12 semanas.
c) Fratura Diáfisária Proximal
A fratura ocorre mais distal do que a fratura de Jones, e resulta de trauma direto ou stress repetitivo. Pode ocorrer em atletas de resistência ou em pessoas com alterações da biomecânica da marcha em que colocam carga excessiva nessa zona do metatarso.
Quais os sintomas?
O sintoma mais comum é a dor na região lateral do pé, que pode ocorrer após um trauma direto, um mecanismo de torção, ou então que piora com a atividade física e geralmente não alivia com o repouso imediato.
Como se faz o diagnóstico?
Ao exame objetivo podemos suspeitar do diagnóstico pela reprodução da sintomatologia com a palpação do bordo lateral do pé e pela presença de hematoma, ou tumefação local. Geralmente o diagnóstico é confirmado após realizar uma radiografia do pé e tornozelo.
Por vezes, o estudo é complementado com exames auxiliares de diagnóstico, como a ressonância magnética ou a tomografia computorizada.
Qual o tratamento?
O tratamento das fraturas da base do 5º metatarso varia conforme o tipo de fratura, o seu desvio e o grau de complexidade.:
a) Fratura por Avulsão
O tratamento geralmente é conservador, com medidas gerais anti-inflamatórias (repouso, elevação, gelo e medicação analgésica) e na utilização de uma bota walker durante 4 a 6 semanas, que impede os movimentos de inversão/eversão, para evitar o afastamento dos topos da fratura. O prognóstico com o tratamento conservador é excelente, pelo que a maioria dos doentes retorna às atividades normais sem complicações.
Caso haja um grande desvio ou uma fratura com componente articular, o tratamento cirúrgico pode estar indicado.
b) Fratura de Jones
Tratamento conservador
O tratamento conservador tem um risco elevado de não consolidação, pelo que o tratamento cirúrgico é muitas vezes preferido, especialmente em atletas. Consiste em medidas gerais anti-inflamatórias (repouso, elevação, gelo e medicação analgésica) e na utilização de uma bota walker com descarga total durante 6 a 8 semanas.
Tratamento Cirúrgico
O tratamento cirúrgico consiste na redução da fratura e fixação com material de osteossíntese. Os doentes tratados cirurgicamente tendem a ter melhores resultados em termos de tempo de recuperação e retorno à atividade física.O tempo de recuperação pós-cirurgia varia de 8 a 12 semanas.
c) Fratura Diafisária Proximal
O tratamento depende do grau de alinhamento e estabilidade da fratura, podendo ser suficiente a imobilização apenas com bota walker, ou pode passar pelo tratamento cirúrgico com redução e fixação com material de osteossíntese.
Como é o pós operatório?
- Pode caminhar com o auxílio de canadianas e bota walker sem carga durante as 2 primeiras semanas.
- Primeiro penso pós-operatório na avaliação da 1ª consulta.
- Retira pontos na avaliação da 2ª consulta.
- Inicia carga progressiva com bota walker às 2 semanas.
- Retira bota walker às 4-5 semanas.
- Início da fisioterapia, se necessário, após a retirada dos pontos. Para restaurar a força, mobilidade e funcionalidade do pé. A fisioterapia também pode ajudar a prevenir recidivas, corrigindo problemas biomecânicos que possam ter contribuído para a fratura.