O que é?
A fibromatose plantar, também chamada de Doença de Ledderhose, é uma condição rara benigna caracterizada pela formação de nódulos fibrosos duros na fáscia plantar, que podem causar dor e desconforto ao caminhar. É uma condição semelhante à Doença de Dupuytren, mas ocorre nos pés em vez das mãos.
A fáscia plantar é uma faixa de tecido fibroso responsável por manter a arcada do pé. Estende-se do calcanhar até a base dos dedos, e funcionalmente forma uma estrutura contínua com o tendão de aquiles e os músculos da parte de trás da perna (gastrocnêmio e solear).
Como aparece?
Na maioria dos casos ocorre sem uma causa específica ou identificável, mas alguns fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento, como:
- Fatores genéticos
- Idade (mais frequente com o avançar da idade)
- Sexo masculino
- Condições como diabetes, Doença de Dupuytren ou Doença de Peyronie
- Uso prolongado de medicamentos anticonvulsivantes
- Trauma repetido na planta do pé podem predispor ao desenvolvimento da condição.
- Consumo excessivo de álcool
Quais os sintomas?
Os principais sintomas incluem nódulos na planta dos pés, que geralmente são duros e palpáveis sob a pele. Inicialmente a dor pode ser leve ou mesmo inexistente, mas com o crescimento dos nódulos e o aumento da sua rigidez, a dor pode se intensificar, especialmente ao caminhar ou usar sapatos apertados. Em casos graves, a condição pode levar à retração da fáscia, podendo causar deformidades no pé.
Como se faz o diagnóstico?
Ao exame objetivo podemos palpar os nódulos na fáscia plantar. O exame físico deve ser completo para que possam ser identificados fatores de risco que propiciem o aparecimento desta patologia.
Geralmente o estudo é complementado com exames auxiliares de diagnóstico, como a ecografia e/ou a ressonância magnética.
Qual o tratamento?
O tratamento da fibromatose plantar pode variar desde abordagens conservadoras até intervenções cirúrgicas, dependendo da gravidade da condição e dos sintomas apresentados.
Tratamento conservador
Este tratamento consiste, nas medidas gerais anti-inflamatórias (repouso, elevação, gelo e medicação analgésica) e na utilização de palmilhas ortopédicas (pode reduzir o impacto nos nódulos e aliviar a dor). Uma maneira eficaz de realizar o alongamento da fáscia e crioterapia é rolando uma garrafa de água (0,5L) congelada sobre a planta do pé.
Deve utilizar-se um calçado “em rampa” ou utilização de calcanheiras, para que possa haver uma diminuição da tensão na cadeia posterior da perna.


Uma das componentes fulcrais do tratamento consiste na realização de exercícios de alongamento e de reforço dos músculos da planta do pé e da parte de trás da perna. Estes podem ser realizados com orientação de um fisioterapeuta ou autonomamente, em casa.
Em determinados casos pode ser recomendada uma infiltração local.
Tratamento Cirúrgico
Em situações mais graves ou persistentes, o tratamento cirúrgico pode estar indicado. Esta consiste numa pequena cirurgia, realizada em contexto de ambulatório, que consiste na exérese dos nódulos.
Como é o pós operatório?
- Pode caminhar com carga conforme tolerar após dia 1.
- Primeiro penso pós-operatório na avaliação da 1ª consulta.
- Retira pontos na avaliação da 2ª consulta.
- Inicio da fisioterapia, se necessário, após a retirada dos pontos. Para ganho de mobilidade articular e fortalecimento dos músculos intrínsecos do pé e alongamento da cadeia posterior.